31 janeiro 2006

raios nos partam

Se há cousa que me irrita, me inquieta de calafrios, me resmunga a paciência e o acreditar, é esta constante hipocrisia ocidental, esta inépcia de brincar aos aprendizes de feiticeiros e depois do acto mágico fingir que nada é com eles, que afinal tudo era brincadeira e que é necessário voltar a baralhar tudo de velho porque o jogo correu mal, não ganhou quem se queria, por isso não valeu.
É inacreditável a chantagem, a pressão a que se assiste a quem soube, usando as armas da democracia, ficar à frente dos destinos de um povo. Não vou discutir métodos, nem opções terroristas, são para mim, como já disse, forma desumana de ser e de agir, mas as atitudes cínicas a que assisto pós vitória do Hamas por parte do Ocidente, leva-me a crer que mais uma vez menosprezam a dignidade e o querer do Povo Árabe , mais uma vez atiçam irresponsavelmente a violência d’um povo que se desarticulou em fundamentalismos culturais e religiosos como forma de subsistir à massificação e à imposição cultural do Ocidente...

27 janeiro 2006

quando a democracia morre de harakiri

Dificilmente entendo a guerra, convencional ou outra, (pura e simplesmente porque sinto que a violência é sinal de fraqueza), mas o que não consigo interiorizar são as motivações e a prática do terrorismo.
A luta é fenómeno Natural, (é uma espécie fado que implode na essência do Universo), mas o terrorismo sangrento já não só não é humano, como fere o Natural, porque não tem limites nem tréguas.
Não vou com este desabafo ter a ousadia (por manifesta ignorância cultural e histórica) julgar razões, sobretudo quando são razões milenares mal resolvidas entre povos, mas não consigo perceber, não me permito coabitar com o facto do terrorismo usar a democracia para tomar o poder.
Quando isto acontece, e aconteceu, e tem acontecido, a democracia, tão essencial ao respirar de uma humanidade moderna, morre, desintegra-se, esvoaça do sentir e asfixia-se no sangue e na morte.