29 dezembro 2006

penalty(s)

Não gosto de falar ( ou escrever ) sobre futebol, Por ser um jogo e por não ser importante, como nenhum jogo o é. Basta o jogo da vida, esse sim cousa de atenção e motivo de olhares.
O que me levou à escrita, ou ao desabafo foi a admiração e respeito que tenho pela Dr.ª Maria José Morgado, recentemente nomeada para coordenar o processo judicial do chamado “apito dourado”. Esta nomeação ( ou outra) só faz sentido se o interesse da Justiça for averiguar as relações perigosas entre o mundo do futebol e os interesses públicos.
Se passa pela cabeça do senhor Procurador gastar um minuto de tempo ou um cêntimo que seja, para averiguar se um badameco futebolístico qualquer pagou ou não pagou a um outro badameco qualquer para marcar ou não marcar uma obscura penalidade, valha-nos alguém e faça-se de imediato uma revolução para acabar com tamanha enormidade. Quero eu lá saber do que se passa no mundo do futebol, eles que se entendam, eles que se vigiem, eles que se controlem, eles que se prostituam.
Não me passa pela cabeça que a ilustre Magistrada ( que seguramente irei continuar a respeitar, a ela e à Justiça) se preste a este papel de reguladora de uma actividade sem prestigio e que estupidamente assumiu proporções de interesse publico.
Investigue sim a lavagem de capitais, envolvidos nesta e noutras actividades, a forma como esses ditos capitais vão parar a ilustres ( ou não ilustres cidadãos), a podridão do mundo que envolve este pretenso jogo de multidões, mas não o que se passa entre eles, porque se entrar por esses caminhos irá certamente apitar uma penalidade obscura que nada interessa à Justiça.