30 novembro 2006

procurando formulas

O livro que estou a ler, a Formula de Deus ( José Rodrigues dos Santos), parte de muitos dos princípios nos quais me revejo e aguçou-me algumas perguntas que já não são novas pois tenho vindo a fazê-las ao longo do meu caminho reflectivo sobre as nossas origens e do Universo. Pouco percebo de cousas da física e matemáticas, porque na verdade nunca fui muito curioso para fórmulas, pois sempre pensei que o livre arbítrio do homem não se ajustava a formulas e até hoje, o homem e a humanidade foram as causas maiores das minhas perguntas ( que formula pode prever o meu comportamento? Que formula pode prever eu decidir agora, neste preciso instante em que escrevo, eliminar esta formiga que me atravessa o olhar? No entanto eu sou natureza, tal como uma pedra, ou um rio…pode a física explicar porque o meu dedo esmagou a formiga, mas não pode de todo explicar o fenómeno que levou à decisão de o fazer, mesmo que a origem dessa decisão tenha sido físico-química, originada por impulsos que deram ordem a que os meus músculos físicos actuassem…). Porém a origem das minhas últimas questões incidem no “Tempo”.
O tempo sempre me fascinou, e percebi que o tempo, existindo, não é constante, pois depende do referencial e da percepção do homem. O nosso tempo ( o que se usa na física), mede-se tendo em conta o sol, e o tempo gasto pela terra a girar sobre o seu eixo (física antiga em que a terra era o centro e não o sol) e chamou-se lhe dia, donde se tirou as horas, os minutos e os segundos, e ao tempo que a dita terra leva a girar em torno do sol, chamou-se ano, tendo um ano 365 dias e por aí em diante. Resumindo, um segundo, tem o referencial planeta terra. O sol também gira em torno de um eixo e o tempo que ele leva a dar giro completo será, no referencial do sol um dia solar, pelo que o segundo solar é muito diferente do encontrado para a terra ( olhado e referenciado pelo Homem). Logo o tempo é relativo, pois depende do referencial. Ora aqui é que se encontra o meu problema físico e existencial. A teoria da relatividade, parte do principio que a velocidade da luz é constante ( E=mc(2) ), em que c como sabemos é a velocidade da luz, e que velocidade se mede por uma distancia percorrida numa determinada unidade de tempo). Sabemos também das incompatibilidades da física quântica com a teoria da relatividade, tendo-se chegado ao consenso que a aplicabilidade das teorias dependiam do referencial, a da relatividade, seria uma espécie de Macro-fisica e a quântica uma Micro-fisica. Intui-se que o referencial sistema solar ( a nossa Macro-Fisica) torna-se ínfima quando o referencial muda no sentido do Universo, pelo que terá forçosamente que haver vários graus de física, conforme o referencial que a olha. Ou se determina que o tempo é constante e independente do referencial, ao que lhe chamaria Tempo Universal, então o conceito de velocidade da luz toma proporções diferentes e então a teoria da relatividade não funciona como formula Universal. De qualquer forma há uma duvida para a qual em termos físicos, eu ( que não sou físico e assumidamente ignorante nestas matérias) ponho em duvida, o facto da velocidade da luz ser constante, mesmo que se encontre o tempo Universal. Se assim fosse, teoricamente a luz emitida pelo sol e de um fósforo levaria o mesmo tempo a chegar à terra, partindo do pressuposto que teriam que percorrer o mesmo espaço (distancia) e sujeitos às mesmas forças gravitacionais mas isso não acontece na prática e eu que não sou físico não o sei explicar. Outra coisa confusa é que a percepção do tempo que temos, implica movimento, (o gasto pela terra a girar sobre si própria). Se não existir movimento será que existe tempo? Claro que existe, logo a unidade de medição de tempo parte de um enorme equivoco,,,ou não? Não sei, mas gostava de saber. Porque se a velocidade da luz não é constante, e o tempo não é o intervalo que leva a percorrer uma determinada distancia (espaço), eu fico sem física para me explicar o Universo. É conhecido o paradoxo da física quântica que prova matematicamente que uma partícula pode ocupar dois instantes ao mesmo tempo. Sabemos que isto não é racional, mas é matemático. O problema está no referencial e no conceito de tempo, pois a forma como o tempo é quantificado na Macro-fisica é o mesmo que se usa na Micro-Fisica ( quântica) e o erro deve estar aí, pois como é fácil de perceber, um segundo terrestre, não tem nada a ver com um segundo solar e muito menos com um segundo galáctico. Era o mesmo que tentar perceber onde eu estava na terra tendo como referencial um segundo galáctico, provavelmente nem se conseguia saber onde se encontrava o Planeta terra, quanto mais eu, porque quando me tentavam olhar, já estava enterrado ( eu e muitas das minhas gerações) nas no entanto, naquele instante eu existia de facto, mas ao tentarem olhar-me já não existia ( pelo menos naquela forma), e mesmo que o conseguissem fazer, não conseguiam prever qual a minha decisão do caminho, pois podia muito bem naquele instante ter-me esmurrado contra um muro, interrompendo a trajectória que era previsto ter. O mesmo acontece entre mim( referencial Terra) e um átomo da minha própria mão. sei que ele ali está, mas é impossível localizar a posição do electrão que gira à volta do seu núcleo, mas se usasse o segundo atómico certamente que lhe encontrava a localização.
Parece insensato o que vou dizer, mas estou inclinado a admitir que uma partícula possui o mesmo grau de livre arbítrio que eu, mas com referenciais diferentes, e graus de liberdade diferentes. Eu dentro do meu referencial, estou limitado ao planeta terra, ela (partícula) está limitada ao seu átomo. Somos ou não somos cada um à sua escala uma partícula? Não sei e estou inquieto…
Se aparento serenidade é porque estou consciente da minha ignorância e que se aprofundar o saber, provavelmente fico sem qualquer destas duvidas que me assolam o olhar, e a forma como olho o Universo.

1 Comments:

Blogger francisco artur da silva said...

nani:aguardo o fim do livro, talvez este fim de semana. logo verei se há respostas ou novas perguntas. Quanto à massa do emissor, claro, quanto à intensidade, clarissimo,,,mas eles ( os que sabem, os cientistas)dizem que é constante,,,a unica constante imutável do universo...

30 novembro, 2006 22:40  

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