31 maio 2005

haja produtividade!


Motivos profissionais levaram-me a um laboratório do Estado com tarefas específicas de apoio à actividade pesqueira e à pesquisa do MAR.
Entrei com a curiosidade e o sentir que me tinha enganado, mas é normal, sou sonhador e um laboratório do Mar em País marítimo só podia ser coisa sofisticada, moderna, pioneira, mas não, era tudo a fingir, afinal de contas apenas reflecte as opções estratégicas, o mar que se quilhe, sem elas (quilhas) que o Pais é rico e tem ambições. Quais, gostaria eu de saber, mas que as deve ter deve e não contam com o mar que é coisa tempestuosa que só serve para encolher o País. Para cultivo ( criar espaços para produzir resmas de cardumes) não serve porque quem os pescava eram os vizinhos, para produzir energia, raios isso dá cá um trabalho, fármacos? Tá tudo doido ou “ganzado” com certeza, turismo chiça que o sol é em terra não no mar, no mar são precisos barcos e estaleiros, para os fazer e nós que diabo, teríamos que importar tudo, não percebemos nada do assunto. Entrei no laboratório muito mais confortado, afinal só podia mesmo ser uma espécie de fantasma que sempre dá guarida a 900 postos de trabalho ( a rede de laboratórios todos que investigam o nosso Mar) . Haja produtividade...e ESTRATÉGIA!
Pressinto que o País está à beira de um sonoro e convicto EUREKA!

30 maio 2005

os senhores do Império


Liguei o rádio a caminho.
Ando sempre a caminho.
O rádio é assim, companhia e noticias.
É ele que me ouve o pensar porque é durante os caminhos que me penso.
Hoje indignei-me.
Entrei no carro contente com a França, a lembrar a pequena aldeia Gaulesa a resistir ao Império.
Bastou um Não e o império tremeu.
Eu, bati palmas com som lusitano.
Durou pouco a minha satisfação porque os senhores do império ficaram zangados, muito zangados e quase que arrependidos de brincar às democracias.
Afinal as democracias só valem, se derem jeito aos senhores do Império.
No caminho, sempre no caminho por onde me ando e oiço, ouvi voz de um dos senhores do império um tal de nome Mário e fiquei de boca pasmada, quase caída, porque aquele senhor, combatente de provas dadas e que enche a boca de Povo, só faltou chamar de energúmenos aos pobres gauleses que os mandaram bugiar.
Mandaram e mandaram muito bem!
Será que não perceberam que inventaram uma Europa que não existe?
Que toda ela está assente num modelo económico que começa a desmoronar?
Bem podem, os senhores do Império ameaçar que sem uma Europa Politica, não haverá Paz...
Burros!
Quem faz a guerra não somos nós, Povo, mas eles próprios, os senhores do Império. Bem podem ameaçar com o desenvolvimento económico, que a China para aqui e os Estados Unidos para acolá...
Relinchem!
Quem vos diz que é esse o caminho?
Quem voz diz que devemos continuar a correr para o abismo de produzir, produzir, produzir, bens de consumo de forma desenfreada para ver quem consegue vender mais barato?
Quatro patas sem rumo.
Eu continuo o meu caminho, desconfiado, quase preoucupado de me sentir marioneta...