os senhores do Império
Liguei o rádio a caminho.
Ando sempre a caminho.
O rádio é assim, companhia e noticias.
É ele que me ouve o pensar porque é durante os caminhos que me penso.
Hoje indignei-me.
Entrei no carro contente com a França, a lembrar a pequena aldeia Gaulesa a resistir ao Império.
Bastou um Não e o império tremeu.
Eu, bati palmas com som lusitano.
Durou pouco a minha satisfação porque os senhores do império ficaram zangados, muito zangados e quase que arrependidos de brincar às democracias.
Afinal as democracias só valem, se derem jeito aos senhores do Império.
No caminho, sempre no caminho por onde me ando e oiço, ouvi voz de um dos senhores do império um tal de nome Mário e fiquei de boca pasmada, quase caída, porque aquele senhor, combatente de provas dadas e que enche a boca de Povo, só faltou chamar de energúmenos aos pobres gauleses que os mandaram bugiar.
Mandaram e mandaram muito bem!
Será que não perceberam que inventaram uma Europa que não existe?
Que toda ela está assente num modelo económico que começa a desmoronar?
Bem podem, os senhores do Império ameaçar que sem uma Europa Politica, não haverá Paz...
Burros!
Quem faz a guerra não somos nós, Povo, mas eles próprios, os senhores do Império. Bem podem ameaçar com o desenvolvimento económico, que a China para aqui e os Estados Unidos para acolá...
Relinchem!
Quem vos diz que é esse o caminho?
Quem voz diz que devemos continuar a correr para o abismo de produzir, produzir, produzir, bens de consumo de forma desenfreada para ver quem consegue vender mais barato?
Quatro patas sem rumo.
Eu continuo o meu caminho, desconfiado, quase preoucupado de me sentir marioneta...
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