09 outubro 2005

carlos

Sem razão vista ou sentida, soprou um vazio que me cristalizou a alma, numa solidão melancólica e triste.
Voam-me sem atropelos e até com alguma suavidade, sorrisos, olhares cúmplices que a vida me afagou.
Mas a minha alma partiu.
Foi à procura de um amigo.
Daquele amigo que entrou na minha vida e partiu cedo de mais e me deixou vezes muitas, a falar sozinho, desorientado e triste.
Como hoje...
Queria-te aqui ao lado, não de alma, mas fisicamente, para poder tocar-te, poder ouvir-te, sem ter que imaginar conversas, sem ter que procurar o que me dirias.
Depois de partires, tornei-me navegante, mas isso já tu sabes, o que não sabes, porque não to disse é que me sinto perdido nos caminhos que hoje piso, descalço.
Sei que tu gostavas destes caminhos, mas sei também o quanto adivinhavas como eu fugia deles…
Precisava de saber o que me dirias hoje se me visses no teu lugar, precisava de sentir o teu sorriso no canto do olho, porque rias sempre pelo canto do olho, a mim e a todos, porque todos eram a tua vida...
Hoje dei comigo a pensar, se foi por ti que me aventurei neste mundo difuso do estar na política, se foi por vaidade, ou se foi porque era a hora de agir de forma outra, menos escondida, menos formiga…
Sem razão vista ou sentida, soprou uma ventania que me estilhaçou a alma, e tu não estás aqui…

2 Comments:

Blogger saltapocinhas said...

É sempre triste perder um amigo. Não sei mais que te diga...

09 outubro, 2005 16:56  
Blogger musalia said...

quem já partiu é tantas vezes o nosso refúgio. sentimo-nos acompanhados.
um abraço.

10 outubro, 2005 16:54  

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